Saúde é argumento falso para proibição da maconha (Cannabis sativa)

Um dos argumentos preferidos dos proibicionistas é que “fumar maconha faz mal à saúde, logo deve ser proibido”. Isso confere uma aparência respeitável às pretensões de controle da privacidade do indivíduo pelo Estado, uma das idéias fundamentais do fascismo. Mas será que os proibicionistas estão mesmo interessados em promover a saúde e o bem-estar alheios?

Se os produtos A e B são perigosos, sendo que A é mais perigoso que B, qual deve ser proibido primeiro? O mais perigoso ou o menos perigoso?

Pois bem, então vamos comparar o número de mortes anuais causadas pela maconha e por outras causas de morte nos Estados Unidos:

Tabaco 435.000
Dieta pobre e inatividade física 365.000
Álcool 85.000
Agentes microbianos 75.000
Agentes tóxicos 55.000
Acidentes de automóvel 26.347
Reações adversas a medicamentos prescritos 32.000
Suicídio 30.622
Incidentes envolvendo armas de fogo 29.000
Homicídios 20.308
Comportamentos sexuais 20.000
Uso de todas as drogas ilícitas 17.000
Anti-Inflamatórios não esteroidais como Aspirina 7.600
Maconha 0


Uaaaaaaau, já posso ouvir a turba proibicionista enfurecida rosnando: “como é isso? A aspirina, o ibuprofeno, o naproxeno, o diclofenaco, o cetoprofeno e o ácido tiaprofênico matam sete mil e seiscentas pessoas por ano nos EUA, enquanto a Cannabis sativa mata zero pessoas por ano?! Vamos proibir a aspirina!!!”

[Pausa para imaginar a cena e absorver a idéia.]

Aliás, se o argumento de que “se algo faz mal à saúde, então deve ser proibido” fosse válido, que conclusões deveríamos tirar do fato de a má dieta e o sedentarismo matarem cerca de vinte e uma vezes mais que o consumo de todas as drogas ilícitas juntas?

Cadê os discursos indignados da turba proibicionista exigindo a criminalização do comércio e do consumo de salgadinhos gordurosos e o combate implacável às quadrilhas de fast-food?

[Pausa para cair a ficha do que significa alguma coisa matar vinte e uma vezes mais que o somatório de todas as drogas ilícitas sem que ninguém queira criminalizá-la.]

Eu sei que você já entendeu, mas eu faço questão de dizer explicitamente: se alguém exige a proibição e a criminalização do comércio e do uso de uma substância que nunca causou uma única morte mas ignora solenemente o comércio e o uso de diversas substâncias que matam milhares de pessoas todos os anos, é evidente que a motivação destas pessoas não é a preocupação com a saúde de quem quer que seja.

“Ah, mas a aspirina é um medicamento, serve para reduzir a dor, enquanto a maconha é usada para divertimento, não dá para comparar” - dirão os proibicionistas tentando manter a credibilidade de seu argumento.

A resposta tem duas partes.

1) A maconha pode salvar vidas e reduzir muito sofrimento.

Fumar maconha é a única coisa que consegue combater as terríveis náuseas provocadas pela quimioterapia em muitos pacientes com câncer ou leucemia. Nenhum outro medicamento consegue fazer o mesmo. Há inúmeros casos de pacientes que abandonaram a quimioterapia porque preferiram morrer de câncer a suportar o tratamento. Uns poucos baseados teriam salvo estas vidas e evitado muito sofrimento.

Fumar maconha é a única coisa que consegue combater a inapetência que acomete muitos pacientes com AIDS. Nenhum outro medicamento consegue fazer o mesmo. Muitos doentes definharam e morreram enfraquecidos pela falta de alimentação quando poderiam ter readquirido o prazer de comer estimulados pela larica (fome provocada pela maconha). Uns poucos baseados teriam salvo estas vidas e evitado muito sofrimento.

Os produtos derivados da Cannabis são úteis para uma série de outras condições clínicas, como no glaucoma, na dificuldade de absorção de proteínas e outras. Além disso, a maconha é uma excelente fonte de nutrientes, contém todos os aminoácidos essenciais e apresenta uma proporção perfeita entre os ácidos graxos ômega-3 e ômega-6, o que significa que a maconha pode ajudar a combater a desnutrição infantil e melhorar a qualidade nutricional da população em geral.

Uaaaaaaau, já posso ouvir a turba proibicionista animadíssima dizendo: “como é isso? A maconha é o único recurso que pode salvar inúmeras vidas, evitar que muitas pessoas fiquem cegas e garantir o desenvolvimento sadio do organismo das crianças, que são o futuro de nosso país? Vamos já produzir este recurso maravilhoso às toneladas!!!”

[Pausa para lembrar que os proibicionistas alegam preocupar-se com a saúde das pessoas.]

2) Sim, a maconha também é usada para propósitos recreativos. As novelas também. O futebol também. Os computadores também. Os videogames são produzidos especialmente para isso. Todos os brinquedos possuem esta finalidade, inclusive os didáticos.

Cadê os discursos indignados da turba proibicionista exigindo o banimento destas coisas todas porque servem para divertimento?

[Pausa para cair a ficha que divertimento não é um propósito ilícito nem tampouco recriminável.]

Tem mais uma coisinha que eu gostaria que todos lembrassem: mesmo quando aceitam a pesquisa científica para produzir medicamentos a partir da Cannabis sativa, o que é raro, os proibicionistas querem que as pessoas vão para a prisão por causa do comércio e do uso da maconha para propósitos recreativos.

As prisões brasileiras, como todo mundo sabe, são praticamente uma rede de SPAs cinco estrelas, onde os detentos possuem uma vida regrada, segura, distante das atribulações estressantes da vida urbana, em contato com a natureza, com alimentação saudável e uma rotina estimulante de estudos engrandecedores, atividades laborais produtivas e relações sociais harmônicas. Uma maravilha para a saúde. Muito melhor que fumar um bagulho com os amigos.

Conclusão óbvia: proibicionistas não estão interessados nem na saúde nem no bem estar de ninguém, isso é papo furado, é pura hipocrisia.

 

Cannabis sativa

Cannabis sativa é uma plantaherbácea da família das Canabiáceas (Cannabaceae), amplamente cultivada em muitas partes do mundo. As folhas são finamente recortadas em segmentos lineares; as flores, unissexuais e inconspícuas, têm pêlos granulosos que, nas femininas, segregam uma resina; o caule possui fibras industrialmente importantes, conhecidas como cânhamo; e a resina tem propriedades psicoativas bem documentadas podendo actuar como analgésico, anódino, antiemético, antiespasmódico, calmante do sistema nervoso, embriagador, estomático, narcótico, sedativo, tônico. .

O principal produto comercializado, hoje em dia, é a maconha, que é classificada como ilegal em muitos países do mundo.

 

 

 

História

Os primeiros registros históricos do uso da Cannabis sativa para fabricação de papel, datam de 8000 anos a.C, na China. Depois os chineses descobriram e desenvolveram outras formas de uso da planta, principalmente para produção de artigos textêis e medicina. Mais tarde, outras sociedades, como os gregos, romanos, africanos, indianos e árabes também aproveitaram as qualidades da planta, fosse ela consumida como alimento, medicina, combustível, fibras ou fumo. Entre os anos de 1000 a.C. até meados do século XIX, a maconha e o cânhamo produziam a maior parte dos papéis, combustíveis, artigos textêis e sendo, dependendo da cultura que a utilizava, a primeira, segunda ou terceira medicina mais usada. Sua grande importância histórica se deve ao fato da maconha ter a fibra natural mais resistente e forte do que todas as outras, podendo ser cultivada em praticamente qualquer tipo de solo.

Da China, ela se espalhou para a Índia, o Oriente Médio, o Norte da África. De lá desceu rumo à África Subsaariana e subiu até a Europa, via Turquia. O frio europeu parece ser uma das razões pelas quais a erva não era fumada no continente. Os princípios ativos da planta, THC e canabidiol, se desenvolvem em quantidade maior em ambientes quentes e ensolarados durante a maior parte do ano. Fumar maconha não fazia sentido para os europeus de antanho, porque não fazia efeito algum.

Em tempos passados a maconha somente poderia ser "colhida" na Europa e em regiões circunvizinhas no período entre setembro e dezembro. Na década de 90 iniciou-se o cultivo artificial da maconha, quando foi introduzida uma nova técnica, utilizando luzes artificiais como as de vapores de sódio e as multi-vapores (mercúrio e outros gases componentes). Durante este período (década de 90), os estudos e investimentos na cannabis cresceram tanto que hoje existem milhares de empresas no mundo que se dedicam dia a dia no melhoramento genético desta planta. Ação esta que proporcionou a existência de uma infinidade de tipos de cannabis, centenas de Híbridos, Sativas, Índicas.

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