Marcha da Maconha em Porto Alegre: show de cidadania!

10-09-2010 19:54

Marcha da Maconha em Porto Alegre: show de cidadania!

 

A Marcha da Maconha 2009 em Porto Alegre ocorreu em maio, bem antes de eu criar o blog Pensar Não Dói. Eu fui conferir o evento e logo que cheguei em casa postei um relatório rápido no Orkut, na comunidade Direitos Humanos. Esta semana me pediram para publicar minha descrição do evento aqui no blog, é este registro que você confere abaixo.

Marcha da Maconha Porto Alegre: show de cidadania!

Escrevo este relato instantes após participar da Marcha da Maconha em Porto Alegre, muito satisfeito com o show de cidadania que presenciei. Os organizadores, os participantes e a Brigada Militar tiveram todos um comportamento exemplar, o que permitiu que a marcha transcorresse na mais absoluta normalidade e com um evidente espírito cívico. Não houve qualquer incidente desagradável durante ou depois do evento. Os gaúchos estão de parabéns!

A marcha foi muito simples. Quando eu cheguei no local, pontualmente às 15h, havia uma concentração em frente ao Monumento ao Expedicionário e os organizadores estavam falando ao megafone. Logo em seguida eles explicaram o propósito da manifestação e imediatamente aconteceu a marcha, percorrendo na ida e na volta toda a extensão do canteiro central da Praça da Redenção (quem não é de Porto Alegre procure por “Parque Farroupilha” no mapa).

Eu não pude acompanhar todo o trajeto, porque fui solicitado a dar três entrevistas, mas durante a parte do trajeto que acompanhei os participantes deixaram claro o espírito da marcha: “De-mo-cra-cia!” foi a palavra de ordem mais repetida, seguida por “chega de morte, chega de prisão, nós queremos a legalização”, demonstrando que os manifestantes estavam cientes de que não é a substância e sim a proibição a verdadeira geradora de violência.

No ano que vem – se a Cannabis não for legalizada até lá – eu espero ver uma pauta mais profunda e completa ser apresentada em um palanque ou um carro de som, com diversos oradores apresentando os motivos pelos quais legalizar e regulamentar de modo inteligente é benéfico à sociedade, enquanto que proibir e reprimir cegamente é ineficaz e só gera violência e corrupção.

Vários participantes da marcha mostraram compreender claramente que as delegacias e os tribunais não são os locais adequados para tratar de assuntos de saúde e educação. Esta consciência precisa ser multiplicada.